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Pais de Angélico exigem 159 mil euros

Os pais de Angélico Vieira, que morreu no dia 28 de Junho do ano passado após um violento acidente na A1 em Estarreja, avançaram com uma acção cível no Tribunal de Vila do Conde, em que pedem 159 mil euros a Augusto Fernandes e ao stand do qual é dono.

Filomena Milton alegam que o empresário terá falsificado o contrato de compra e venda do BMW 635, ao volante do qual Angélico se despistou, o que já motivou a instauração de um processo criminal. Exigem que Augusto Fernandes devolva o dinheiro das duas viaturas (134 500 euros) que, segundo o documento, o cantor teria dado para troca – um Ferrari 131 e umAudi A4.

A família exige ainda 24 500 euros referentes à venda de umPorsche Cayenne – negócio que Angélico efectuou algum tempo antes de morrer –, que não terão sido entregues à família.

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Na acção cível, a que o Correio da Manhã teve acesso, os pais de Angélico alegam que o actor e cantor nunca assinou qualquer contrato e utilizam, entre outros argumentos, o facto de no dia do acidente Augusto Fernandes se ter apresentado na GNR como dono do carro e inclusive ter pago 500 euros para levantar o que restava do BMW.

Filomena e Milton não escondem ainda a estranheza perante o facto de, apenas dias depois da tragédia, o Ferrari e o Audi, que Angélico andava há já alguns meses a tentar vender, terem passado para o nome do stand.

“Estranhamente, os veículos, que nunca foram vendidos durante a vida do seu filho e que estiveram meses em exposição no stand, são registados em nome de outrem cerca de uma semana depois do falecimento do proprietário”, lê-se.

CM contactou João Magalhães, advogado de Augusto Fernandes, que sempre negou ter falsificado qualquer contrato. O causídico confirmou já ter sido notificado da acção. “O carácter desta acção é tão volátil que parece carecer de qualquer razão”, disse ao CM.

PROCESSO-CRIME CORRE EM PARALELO PARA AVERIGUAR AUTENTICIDADE

No Ministério Público de Vila do Conde, corre ainda um processo criminal de forma a averiguar se as assinaturas do contrato são ou não falsas. Foram arroladas várias testemunhas, como é o caso de Rita Pereira, ex-namorada do cantor, a quem Augusto Fernandes, no dia do acidente, admitiu que o carro ao volante do qual Angélico morreu era emprestado.

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O Ministério Público pediu também a Augusto que entregasse todos os contratos que tivesse feito com Angélico, para se perceber se há irregularidades e também para comparar as assinaturas inscritas nos documentos.

A decisão deste processo-crime poderá vir a ser fundamental para a acção cível, já que, caso se prove que as assinaturas foram falsificadas, os contratos podem vir a ser considerados como sem efeito.

O resultado será que o dinheiro pela venda dos carros reverterá para a família do cantor.

AMIGO MORRE LOGO NO LOCAL

O acidente aconteceu no dia 25 de Junho de 2011. Angélico perdeu o controlo do potente BMW na A1, em Estarreja. O seu amigo Hélio, que seguia no banco de trás, morreu logo no local.

TRANSPORTADO PARA O HOSPITAL DE SANTO ANTÓNIO

Angélico foi transportado para o Hospital de Santo António, no Porto, em estado muito grave. A jovemArmanda, que viajava no banco de trás, foi para a mesma unidade de saúde.

RESISTE TRÊS DIAS LIGADO A MÁQUINA

Angélico Vieira nunca apresentou melhoras no hospital. Esteve ligado às máquinas até ao dia 28, altura em que a família autorizou que o óbito fosse confirmado. Esperaram pela chegada do pai.

FUNERAL MARCADO PELA EMOÇÃO

O funeral de Angélico decorreu em Almada, a sua terra natal, a 30 de Junho. O corpo do cantor foi cremado, após uma cerimónia marcada pela emoção. Milhares despediram-se do jovem.

ARMANDA FALA E COMEÇA A ANDAR

Armanda está a ser acompanhada no Hospital dos Covões, Coimbra, apresentando melhoras este ano. Já fala, já se senta com auxílio, come pela sua mão e começa a dar os primeiros passos.

PORSCHE VENDIDO EM FEVEREIRO DO ANO PASSADO

Angélico vendeu em Fevereiro de 2011 o Porsche Cayenne por 42 500 euros. Segundo os pais, o cantor não recebeu o dinheiro, uma vez que disse a Augusto que a quantia seria descontada num carro que ia comprar para a mãe. O jipe que Filomena recebeu após a morte do filho custou 18 mil euros, pelo que, na acção, os pais alegam que Augusto ainda terá em suas mãos 24 500 euros.

“VERDADE NÃO FOI APURADA”, DIZ FAMÍLIA

Na acção, os pais de Angélico não escondem a estranheza perante o facto de o BMW do cantor ter ficado totalmente destruído. Referem que o desaparecimento do pneu traseiro esquerdo do BMW três dias após o acidente leva a que não se tenha conseguido apurar a verdade. As imagens mostram o pneu junto ao carro, mas, quando foram feitas novas perícias, o pneu tinha desaparecido.

AUGUSTO MUDA NOME DO STAND

Após o escândalo em que se viu envolvido, Augusto Fernandes mudou o nome do stand do qual é dono, alterando-o para Impocar – até então era Auguscar.

O empresário continuou, no entanto, a ter sucesso nos negócios, principalmente através da venda de carros a figuras públicas, como foi o caso do futebolista Fábio Coentrão, que comprou um Ferrari Panamerapouco tempo depois da morte de Angélico.

O stand chegou também a emprestar uma limusina a José Castelo Branco, que este usava nas suas deslocações a um programa da TVI. Terá sido, aliás, a troco de publicidade que, segundo a família, Augusto começou a emprestar vários carros a Angélico.

Os pais do malogrado cantor alegam que, desde então, Angélico raramente usava as suas próprias viaturas e terá, por isso, manifestado a intenção, meses antes de morrer, de vender os carros que tinha, uma vez que já não necessitava de os usar no dia-a-dia.

Os pais garantem, no entanto, que Angélico Vieira nunca terá dito, nem à família, nem aos amigos, que queria comprar outra viatura.

‘MORANGOS’ TROUXERAM FAMA

Sandro Milton Angélico Vieira nasceu em Lisboa a 31 de Dezembro de 1982. Trabalhava como modelo e estudava Gestão de Empresas quando, aos 21 anos, foi escolhido para representar o papel de David na série televisiva ‘Morangos com Açúcar’, da TVI.

LIVRO GUARDA MEMÓRIAS DE VIDA

‘Nunca te esquecerei’ é o título do livro apresentado em Junho pela mãe de Angélico, um ano após a morte do actor. São as memórias do filho e também o testemunho de alguns dos seus melhores amigos, que acompanharam de perto a evolução como artista e como homem.

PORMENORES

SEIS MESES

Na acção, a família diz que Angélico conheceu Augusto Fernandes apenas seis meses antes do acidente, o que contraria o que foi dito depois da tragédia.

ARQUIVADO

Em Novembro do ano passado, o DIAP de Aveiro arquivou o processo com vista ao apuramento de eventuais responsabilidades criminais. O MP diz que a causa do acidente foi o rebentamento de um pneu. O veículo circulava a uma velocidade entre 206 e 237 km/h.

NEXO DE CAUSALIDADE

“Tenha sido por um furo ou por outro dano no pneu, não é possível estabelecer um nexo de causalidade entre tal facto e a conduta de outrem”, diz o MP.

MP EXTRAIU CERTIDÃO

Aquando do arquivamento, o MP mandou extrair uma certidão, que enviou para o Tribunal de Vila do Conde, de forma a apurar se a assinatura que consta do contrato é falsa.

D’ZRT: NOTORIEDADE

Angélico também ganhou notoriedade por ter integrado o grupo pop português D’ZRT, que começou na série ‘Morangos com Açúcar’ e passou da ficção para a realidade.

RITA PEREIRA: ALMA GÉMEA

“Encontrei sem procurar o que muitos procuram sem encontrar, a minha alma gémea, e isso ninguém me tira”, escreveu Rita Pereira no livro ‘Nunca te esquecerei’.

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