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Julgamento da morte de Sara Carreira! Ivo Lucas já falou em tribunal e chorou: “Começo a ouvir uma voz…”

O ator e cantor ia ao volante do carro onde seguia a filha de Tony Carreira, a 5 de dezembro de 2020.

Esta terça-feira, 24 de outubro, decorreu a primeira sessão do julgamento da morte de Sara Carreira, no Tribunal de Santarém.

Ivo Lucas é um dos arguidos do caso – uma vez que ia ao volante do carro onde seguia Sara Carreira quando aconteceu o trágico acidente de viação, na A1, a 5 de dezembro de 2020.

O ator e cantor começou por contar: “Eu e a Sara fomos ao Porto tratar da marca de roupa, e nesse dia a única pessoa que tinha possibilidade de ir com ela era eu. Saímos de casa por volta da hora do almoço, estivemos com a D. Fernanda e com o Mickael em casa. Fomos buscar peças de roupa da marca que a Sara estava a preparar. No armazém houve algumas trocas de produtos, mas arrumámos as coisas e viemos para Lisboa (…)”, cita o Correio da Manhã.

Ivo Lucas acabou por emocionar-se: “A Sara tinha um ritual que gostava muito de comer canja nos dias de frio. Nós parámos [numa área de serviço] de propósito”. “Quando saímos do Porto estava alguma chuva, mas depois fizemos o caminho sem problemas”, recordou.

Não sei precisar a velocidade, nós não tínhamos pressa em chegar. Nós íamos a fazer a viagem tranquilos”, garantiu. “A Sara faz a chamada [para os amigos], diz que está tudo resolvido, diz que ainda tem tempo de ir treinar, porque tínhamos um ginásio onde nós vivíamos…”, acrescentou, com a voz embargada.

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“Eu dirijo-me à Sara porque eu estava a fazer uma personagem e disse-lhe, era a nossa forma de falar, eu digo que a amo muito e que tenho muita sorte de a ter na minha vida. E ela diz-me ‘e eu a ti’”, recordou. De seguida, Sara Carreira gritou cuidado e Ivo Lucas vê um vulto e não se lembra de mais nada.

E a única memória que eu tenho é de estar no meio da autoestrada com braço partido sem t-shirt e sem saber onde estava e sem saber da Sara. É tudo muito rápido, todas as memórias que tenho são flashes. Senti muita pressão na cabeça, não sei explicar, é uma sensação de montanha russa”, desabafou.

“Eu lembro-me de olhar para o meu braço e ver o braço desfigurado e não perceber o que se estava a passar, se era um sonho. Começo a ouvir uma voz a chamar-me a pedir-me para ir para ao pé dela, foi uma senhora que pediu-me para sentar no carro dela que estava aberto. Eu lembro-me que lhe contei que vi ali o meu melhor amigo que morreu quando tínhamos 17 anos. Não percebi o que se estava a passar e eu perguntava pela Sara e ela pediu-me para ter calma. Um senhor também aparece e pede-me para ter calma. E aparece outra senhora a dizer é a filha do Tony”, descreveu.

“A ideia era a Sara ir para casa jantar com a mãe na Charneca da Caparica, depois íamos treinar no nosso ginásio que fizemos em casa e depois íamos passar o fim de semana com uns amigos a Salvaterra. Eu quando vi o vulto à minha frente já estava demasiado próximo, foi tudo muito rápido”, declarou.

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